O Ministério Público Eleitoral de Alagoas (MPE/AL) entrou com uma ação solicitando a cassação do mandato do vereador Luciano Bezerra Feitosa, conhecido como "Sinhô do Conceição", acusado de liderar um esquema de compra de votos durante as eleições de 2024 em Água Branca. A denúncia envolve ainda o pai do vereador, Luciano de Jesus Sandes, e Weverton da Silva Santos, apontado como operador da fraude. 6q391o
Segundo o MPE, o grupo pagava R$ 100 por voto em comunidades rurais do município, além de oferecer benefícios como combustível e até exames médicos. O esquema foi revelado após a prisão em flagrante de Weverton no dia 6 de outubro de 2024, quando foram apreendidos documentos, anotações e mensagens que comprovariam a articulação entre os acusados.
Em março de 2025, o juiz Marcos Vinícius Linhares Constantino, da 39ª Zona Eleitoral, acatou a denúncia e autorizou a continuidade da ação penal, determinando que os réus apresentem defesa no prazo de dez dias. O magistrado também deve decidir sobre o pedido de o aos dados de um celular apreendido com o operador do esquema.
Luciano Bezerra Feitosa, natural de Água Branca, foi eleito vereador em 2020 pelo PSD e reeleito em 2024 pelo PP. Em caso de cassação, a vaga poderá ser assumida por Pedro Freire, primeiro suplente do partido. As investigações apontam que o esquema atuava em localidades como Tabuleiro, Pião, Onça e Sítio Lagoa das Pedras, com pagamentos registrados em listas detalhadas.
Na residência do pai do vereador foram encontrados nomes e seções de eleitores, enquanto na casa de Sinhô do Conceição havia cadernos com anotações sobre pagamentos realizados. As seções onde a compra de votos foi registrada coincidem com altos índices de votação para o vereador, reforçando as suspeitas de influência direta no resultado.
Além dos pagamentos em dinheiro, foram identificados registros de distribuição de combustível e outros serviços. O promotor Rômulo de Souto Crasto Leite solicitou a cassação do diploma do vereador, sua inelegibilidade por oito anos e a anulação de todos os votos obtidos, com redistribuição da vaga conforme a legislação eleitoral.
Mais de 20 testemunhas, incluindo eleitores beneficiados, devem prestar depoimento. A defesa dos acusados ainda não apresentou manifestação oficial e, durante o inquérito, tanto o vereador quanto seu pai permaneceram em silêncio. O caso segue em tramitação na Justiça Eleitoral.